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Cerro Corá: sítios arqueológicos e nascentes perto de Natal-RN

Natal, Rio Grande do Norte – O que visitar no Rio Grande do Norte além de Natal, Genipabu e Pipa? Quem pensa que só tem dunas e praias no entorno de Natal-RN se engana. No Rio Grande do Norte tem serra, cultura, sítios arqueológicos e muita natureza – da Mata Atlântica a Caatinga! Estou apenas começando a conhecer o estado que adotei como casa em 2018 e parti com um grupo de aventureiros para Cerro-Corá.

Pedra do Nariz, um dos atrativos do Geossitio Serra Verde em Cerro Corá (parte do Geoparque do Seridó)

Cerro Corá é uma cidade que fica a pouco mais de 180 km de Natal-RN, na chamada região do Seridó. A cidade fica a 600 metros acima do nível do mar, é cercada de vegetação de caatinga e parte de seu território abriga um pequeno pedaço do Geoparque do Seridó, um conjunto de formações rochosas com mais de 500 milhões de anos. Passamos pelo centro da cidade, pela Praça Tomas Pereira próxima à Prefeitura, e seguimos para o Geossítio de Serra Verde, onde conhecemos o Lajedo do Tanque Azul ou Lajedo do Poço Azul. 

Lá estão as curiosas Pedra do Nariz e Pedra do Caju. Ali aprendemos mais sobre a caatinga e a possibilidade de extrair alimentos e água em períodos de seca – muito frequentes na região do Seridó. Para quem viveu em área urbana mais ligada a Mata Atlântica é lindo conhecer a riqueza dos xique-xiques, mancadarús, facheiros e da rasteira gogóia (de cuja flor se extrai frutos deliciosos).

Ali mesmo no Geossítio da Serra Verde estão abrigos sobre pedras em que o tempo transformou em uma grande sala de reuniões. Lá sentamos e ouvimos as histórias do sítio arqueológico e observamos inscrições rupestres que representam ora hábitos de caça e de convivência ora figuras que mais parecem animais pré-históricos presentes naquele lugar há milhares de anos. Ao que parece – sem confirmações concretas – grupos de nômades liderados por mulheres podem ter habitado por ali em um determinado período.

Dos sítios arqueológicos partimos para um delicioso almoço no Restaurante da Jil, onde comida caseira e regional é servida com zelo e carinho a preços bem acessíveis. Aproveitamos a interlocução de um guia local para conhecermos a Casa Grande da Praça Tomas Pereira, reformada em 2015 para celebrar 100 anos da tradicional família local. Mesmo sem estar aberta ao público a casa mostra a grandeza da região já pela fachada externa.

O passeio agora é conhecer a nascente do Rio Potengi, o maior rio do Estado cujo nome foi dado pelos índios potiguares, apelidados de “comedores de camarão” (em tupi, Poti-gí, rio dos camarões). Vários olhetes brotam do solo e a água saloba (salgada e doce) rica em cloreto de sódio parte de Cerro Corá pela Serra de Santana recebendo água de afluentes por 176 km até sua foz, em Natal. No fim do dia a dica é observar o pôr-do-sol do topo do Mirante do Cruzeiro, bem no Centro da Cidade, de onde se vê a Serra de Borborema, de São João e as hélices das usinas eólicas que cercam a região.

Fotos: autorais Agnes Dantas

Roteiro: www.ecoturbrasil.com.br

In_English

Cerro Corá-RN: nice place to visit besides Natal and Pipa in Rio Grande do Norte

Those who thinks there’s only beach and dunes around Natal and Pipa touristic destinations in Rio Grande do Norte are wrong. Here there’s mountains, archaeological sites, and cultural and natural sites. So let’s see and learn something about Cerro Corá, in Seridó area?

Cerro Corá is a city that is just over 180 km from Natal-RN, in the so-called Seridó region. I’ve been there with help of a local travel agency (ecoturbrasil.com.br). After almost 2 hours by car me and my friends arrived at Lajedo do Tanque Azul, where we were able to see records of the South American Cave Man and his enigmas on the rocks. We had time to learn more about the caatinga vegetation and the possibility of extracting food and water in periods of drought. For us who live in an urban area, it was beautiful to learn more about animals and plants like cactus (xique-xiques, Mancadarús, and the gogóia species). From gogóia’s flower is extracted a delicious and sweet fruit.

Right there in the Geosite of the Serra Verde are shelters on stones in which time turned into a large meeting room. We sit and listen to the stories of the archaeological site and observe cave inscriptions that represent hunting habits, coexistence and figures that seem more prehistoric animals present in that place for thousands of years. It seems groups of nomads led by women may have inhabited there for a period of time.

After a little rest the tour guide took us to visit the wellspring of the Potengi River, the largest river in the state named by indigenous people (Potiguares). It means “shrimp eater” (in Tupi, Poti-gí). The river’s delta is located at the city of Natal, where it discharges into the Atlantic Ocean very near from another touristic attraction – The Reis Magos Fort. In Natal, the river marks the division between the North Region and the rest of the city.

At the end of the day we went to watch the sunset from the top of Mirante do Cruzeiro, in the City Center, where you can enjoy a 360 degrees view from Cerro Cora and Serra de Borborema, besides wind farms that surround the region.

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  • Agnes Dantas

    Jornalista, copywriter e ativista ambiental que acredita no poder que o Nordeste tem de mudar o mundo!

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